terça-feira, 1 de abril de 2008

Eu e a tecnologia

Quando tinha oito anos, isso na década de 80, assistiamos televisão todos juntos à noite, depois do jantar. Meu pai como sempre assistindo jornal, minha mãe bordando, e eu e meus irmão brincando no cantinho da sala. Brincavamos com qualquer coisa, desde livros até papéis de propaganda que pegavamos no chão da rua, adoravamos brincar de bloquinho de madeira que pegavamos na casa de nosso avó. Quando nos empolgavamos meu pai mandava ficar quietos, e sempre vinha com aquele sermão, dizendo que ficavamos quietos nas propagandas e quando entrava o jornal, faziamos bagunça. O mais engraçado, é que não me lembro de meu pai mandar brincar no quarto. Sempre ficavamos juntos nessa hora.

Lá em casa havia apenas uma televisão, um som do qual meu pai se sentia super orgulho, pois além de tocar discos de vinil, podia tocar discos de 78 rotações. Como disse, era disco, e para comprar um disco não era fácil. Então ouviamos as coleções de discos que meu pai adquiriu antes de se casar. Entre esses discos havia Chico Buarque, Elis Regina, Barbra Streisand, Cascatinha e Inhana, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Geraldo Vandré, moda de viola era o que mais tinha ..., o mais novo, naquele tempo era Roupa Nova. No dia das crianças pediamos disco, assim ganhavamos, caso contrário, de jeito nenhum. Era mais fácil as fitas K7.

Nos fins de semana iamos à casa de parentes, amigos, era incrível a quantidade de primos, tios,

Eu brincava na rua, ia no barzinho da esquina comprar bala, pouco assistia televisão, nem sonhava com computador. Videocassete acabava de entrar no mercado. Meu pai comprou um, só quando eu tinha 13 anos. Telefone só tinha um, de discar, e era caro. Lembro-me que minha mãe colocava um cadeado para ningém usar quando ela saisse. Eu adorava ligar para as piadinhas.

Vídeo game (Atari), só no vizinho, e aquele moleque, chamava a gente só para se mostrar, sempre quando era nossa vez, inventava uma desculpa para que ele continuasse jogando.

Bicicleta, só quando outro vizinho ganhou uma nova e deu para meu irmão a velha; e bota velha nisso. Eu gostava de ir no outro vizinho porque ele era apaixonado por mim, e me deixava brincar com o boca rica, que brinquedo maravilhoso que era aquele.

tinhamos hora para brincar na rua e respeitavamos o horário de almoço, e da janta, ninguém entrava na casa de ninguém essa hora.

Brincavamos de carrinho de rolemã, esconde-esconde, pega-pega, bolinha de gude, stop, montava dominó, um atrás do outro e depois derrubavamos, e tantas coisas mais, que eu poderia escrever vinte páginas de tantas recordações.

Tive um gravador portátil quando tinha 15 anos. E a diferença do que tenho hoje para o que a minha mãe tinha na minha idade é impressionante!!!

Fui usar um computador no meu primeiro trabalho aos 16 anos, de tela preta e branca...tô morrendo de rir.

Hoje, meus filhos não brincam na rua, tem poucos amigos de frequentar casa, a correria está tanta que quando podemos ficar em casa nos fins de semana, ficamos, e a familia grande está diminuindo. Isso porque eles ainda tem sorte, pois hoje o casamento não dura mais, e a familia diminui cada vez mais.

Vinte e quatro anos depois, tem: DVD, Play 2, Play 3, chips, Cd, computador, MP3,4,5, microondas, TV de plasma, TV LCD, TV de 29 polegadas e mais polegadas..., celular que por falar dele, deu um grande salto, e foi modificando e ficando mais fácil e mais barato, só assim o telefone acabou por ficar mais fácil de ter. Há oito anos atrás, nos tinhamos um, como se diz, "monobloco", e foi desvalorizando de um jeito, absurdo.

Tudo hoje é mais fácil de comprar, carro, casa, celular, é só fazer prestação, o que também antigamente era muito difícil de fazer.

Essa é só um pouquinho da minha história que envolve a tecnologia, se eu fosse mesmo parar para pensar... Fico imaginando... quando meu filho tiver a minha idade.










Um comentário:

Katya disse...

Dalize, como escreve bem, adorei te conhecer um pouco melhor!!
Fiquei pensando em como oferecer um pouco dessas experiências e sensações tão intensas que tínhamos em nossa infância para nossos filhos...